terça-feira, 19 de novembro de 2013

Aproveitando que tou "azeitada"...

Não vou nem falar do Dia da Consciência Negra, porque estou com um artigo cozinhando (e uma ação penal logo em seguida, rs) e não quero desandar o angu. Mas quero continuar a encher o saco com a religião. O que dizer de uma situação hipotética, onde uma pessoa (hipotética) prega, e faz, as maiores barbaridades, do tipo desonestidades mesmo, tirando vantagem de situações, o famoso "jeitinho brasileiro"; critica pessoas e atitudes "do bem", como reciclagem e pessoas que resgatam animais abandonados e por outro lado, se recusa a colocar seus filhos em escolas boas, porque são escolas "de irmãs" (católicas), e por ser essa pessoa Protestante (evangélica)? Hipoteticamente mando essa pessoa chupar um prego? Ou gentil e docemente, como é de meu feitio (pfffffffffff), explico para essa pessoa fictícia o absurdo que é o seu comportamento, e a bagunça que é sua pequena e obtusa mente?
Infelizmente, pessoas como a Dona Hipotética do parágrafo anterior existem. Mas felizmente, não são maioria do grupo de Protestantes. Sei lá, não tenho estatísticas, mas é aquilo né. Sei que encontrei um diferente dela quando demoro a descobrir que ele/ela é "da Igreja", e quando descubro não me espanto. Porque são pessoas que não empurram sua fé nos outros, mas antes fazem da sua crença algo real, algo que aplicam ao seu dia a dia. 
Sem marradas, foi só pra concluir o raciocínio, que o outro post tava grande pra chuchu. 

domingo, 17 de novembro de 2013

Enervada

Estou há muito tempo travando uma luta dentro da minha cabeça em relação àqueles temas "que não se discutem". Por vários motivos. Futebol não discuto mesmo, porque as minha opiniões são pessoais, apesar de ter argumentos lógicos para ser contra. É uma das coisas em que pesa mais a emoção do que a razão, e acho que o ser humano ainda não está evoluído pra entender o sistema. Política eu discuto mesmo, a não ser que o cidadão vire as costas e saia de perto de mim, e mesmo assim ainda é capaz de eu ir atrás e continuar "dando sermão". Religião, até bem pouco tempo, não discutia, simplesmente porque acredito que é um caminho pessoal. Depende mais de você mesmo do que de terceiros. E em geral, ao contrário de Política ou Futebol, não afeta o coletivo. Até agora. Discutir o Estado Laico, sim ou não?
SEMPRE!!! Não interessa a minha religião. É aquilo que eu falei, uma escolha pessoal e intransferível. Se você quer usar um vestido longo de manga longa e coque, se usa camisetas como "I <3 Jesus" escrito, faz escarificação ou usa um quilo de guias no pescoço, é com você. Desde que não interfira na minha vida, nem da vida das pessoas que eu prezo, como meus alunos.
Meu trabalho me fez bater de frente com a realidade da ignorância, fruto da não separação entre religião e política, que existe entre pais e entidades (ops) envolvidas em Educação. Diz-se que o Brasil é um Estado Laico, ou seja, que o Estado não deve se envolver em questões religiosas, no âmbito de sua administração. Isso está bastante claro no artigo 5 da Constituição Brasileira. Em outras palavras, "eu não me meto com sua religião, e vice-versa". Sendo que o "vice-versa", não acontece. As escolas a princípio não deveriam ter a disciplina Ensino Religioso. Por outro lado, como Educação e Cultura andam juntas, como não falar na contribuição dos ritmos dos cultos afro na formação da língua e do folclore brasileiro?
Não gosto que questionem meus métodos, a não ser que não estejam funcionando, ou os alunos não estejam se adaptando (o que nessa altura do campeonato é muito difícil acontecer sem que eu perceba e mude de orientação). Não gosto, principalmente, quando pais vem se queixar porque estou falando de Halloween, e me deparo com as crianças (mal) influenciadas pelos pais dizendo que isso é "macumba". Acho um duplo desrespeito, com a cultura afro que nos trouxe o culto/instrumento musical. E por que não, acho uma baita falta de consideração com a cultura celta, que nos deu as festas que estão atualmente em vários países, e não só nos Estados Unidos, para quem ainda não me conhece parar de me chamar de "baba ovo dos States".
Quero só ver, próxima semana temos o "Thanksgiving", e aí ninguém reclama né, quando os "peregrinos" que massacraram os índios americanos fazem aqueles banquetes nababescos com aves obesas e se entopem de comida pra agradecer pela pseudo-prosperidade deles...
Semana que vem tem mais reclamação. Isso não é uma ameaça, hehe.
Marradas ritmadas


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tristeza

Sei que vou soar dramática, mas essa semana uma parte de mim se apagou. A minha porção rebelde está em estado de coma desde quando confirmei as suspeitas de anos atrás, quando um amigo de família "entregou" que o PT foi criado para controlar os trabalhadores, mantê-los satisfeitos na ilusão de representatividade. Ele me vendeu um peixe pra lá de podre - mas me ensinou uma lição. Nem tudo o que você vê é o que acontece. E às vezes acontece, mas não pelos motivos que parecem.
Já sabia de tudo, mesmo antes da encenação ridícula na assembleia patética a qual não compareci - sabia que eu não ia gostar daquilo, desde que se falou em conciliação, parei - isso não dá certo nem em divórcio, quem dirá num movimento que deveria ser grande e de certa forma foi, mas não fez nem cosquinha. Que New York que nada. Brasília é a capital da pizza, e fomos convidados pr'aquela festa pobre, bater palma pra maluco dançar... 
Sabia que os dirigentes iam jogar. Sabia que os articuladores na verdade não articulavam nada, eram eles os articulados. Bonecos, fantoches. Sabia, desde Abril eu sabia. Eu via. Acham que é pouco tempo, tem quem já saiba há muito mais, mas estou há pouco nessa categoria, e apesar de já ter me decepcionado com Uniões e movimentos sindicais pela vida afora, ainda mantinha fé no ser humano, naquele que a máquina tenta engolir, mas de alguma forma ele resiste, dá pirueta e depois de muita luta, se liberta. 
O cheiro de mofo voltou a reinar. Terei outra chance de tirar minha rebelde interior do CTI? Agora só o tempo poderá dizer. E me reservo o direito de me calar (como se faz pateticamente com futebol e religião) a partir de hoje, pois no momento estou cercada de urubus, prontos a trucidar meus pobres argumentos, mesmo eles não os tendo nenhum. Perdi a moral. Foda-se.

marradinhas fracas - pega leve, cansei né...
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Do meu "passe" milionário

Metáforas e metáforas. Primeiro, meretriz do ensino. Agora, atleta disputada...
Oi!!! Faz tempo né?? Explico: minha carreira deu uns "slalons" esquisitos, ora pra direita, ora pra esquerda, e eu ainda não sabia como processar tudo isso. Estive dois meses envolvida com um trabalho que não tem a ver com sala de aula, em que não tive retorno, ao menos não como eu esperava, e colhi impressões bastante controversas a respeito dele. Ao mesmo tempo, estava em sala de aula, em um curso de línguas através do qual me apaixonei de novo pelos métodos que focam na fluência. Mas sentia como se tivesse em um relacionamento em crise: as pequenas coisas, que antes não me incomodavam, hoje fazem toda a diferença. Mas hoje em dia sou mais profissional, menos "barraqueira", e ao invés de arrumar confusão sou simples e direta: tem problemas: vão resolver? bem. Não vão? Peço demissão. Minha área e minha experiência me permitem isso. Hoje posso me dar ao luxo de escolher o que é melhor pra mim, mudar de ideia e partir pra outra, ainda melhor.
Atualmente estou na espera de uma resposta, ou melhor, de duas, com caminhos bem diferentes: Um é um dos meus sonhos, uma escola bilíngue. O outro nunca foi meu sonho, mas é algo que descobri que gosto de fazer. Não dá pra fazer ambos. Ou eu tiro par ou ímpar, ou escolho o que vier primeiro...
Após frustrantes tentativas de salvar o "casamento" citado acima, recebi uma proposta de um lugar que achei que não iria mais. Um curso que uma colega indicou, mas que eu já havia mandado o currículo há dois meses, pelo menos, sem resposta. Totalmente inesperado, mas depois do contato, foi tudo bem rápido, e veio a calhar. Está sendo ótimo, e posso continuar exercitando meu "hobby" e recebendo de forma mais justa. Óbvio que não iria sair sem vantagens. Afinal, o magistério é uma carreira cheia de desvantagens por natureza. É mais ou menos como ser cantor, ou atleta. Tem inúmeras vantagens, se você se destacar, mas pode ser frustrante em alguns aspectos. E já tenho joelho bichado e calos nas cordas vocais, então, que venha a fama!!! Já passou da hora!!
Marradas divônicas!!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sacerdócio tem limites!!!

Hoje me dei conta de que tem quase dois meses que não escrevo aqui. Mas isso tem justificativa. Há coisa de um mês entrei em modo "slave". Diminuí o ritmo em sala, mas estou trabalhando todos os dias, em outros projetos, tão absorventes quanto as aulas, se não mais. Por um lado está sendo bom, enriquecedor, e de certa forma tenho o melhor dos dois mundos. Por outro, e o que me leva ao post de hoje, está sendo desafiador demais, e não no bom sentido.
Bom, todo mundo sabe (ou deve ter deduzido) que sou meretriz da Rede Pública de exploração do Magistério, e que também faço uns michês para uma casa particular de ensino de idiomas. Bem, nesta última entrei por "hobby", mais do que pela grana, até porque, por incrível que pareça, eles pagam BEM menos que na rede Pública. E isso é mais comum do que se imagina. O caso é que, apesar de só estar em sala nesse curso no momento, e de gostar muito de lá, estou meio que me decepcionando cada dia mais e mais. E isso é legal (!), porque me fornece dados pra analisar e chegar a conclusão óbvia: salário bom não é tudo, mas quando tudo vai mal, sem dúvida faz diferença o valor que se recebe. Não pretendo largar, até porque ainda é uma parte boa da minha vida, e nesse momento o único lugar onde estou lecionando, mas vou reduzir minha carga horária sim.
O curioso é que soube que a diretora comentou a respeito dos valores pagos. Parece que quem quer ganhar aumento tem que bater na porta dela e pedir, explicando porque merece ganhar mais. Isso me leva a dois pensamentos: primeiro, o que a leva a crer que a contrapartida que ela dá (se é que dá alguma) é boa o suficiente para isso? (em outras palavras, que moral ela tem pra achar que tá podendo assim?); segundo, no contexto atual, em que existem centenas de cursos de idiomas catando papel na ventania (eles inclusive), caçando professor desesperadamente, essa atitude poderia ser encarada como inteligente do ponto de vista empresarial? Seria melhor se ela fizesse um plano de carreira, mas não dá tempo pra isso, já que a alta rotatividade dos funcionários não permite que tenham uma carreira sólida por ali, e me dá uma boa pista do valor que ela dá ao pessoal, e o que ela prioriza em seu negócio. E garanto a vocês, também não é manutenção física nem de equipamentos. Enfim. Vivendo e aprendendo.
Não quero que isso soe como comentário maldoso. Gostaria até de poder fazer uma crítica construtiva, diretamente a quem de direito, mas sei que não seria possível, principalmente porque tudo que eu falo soa menos como crítica construtiva que como projeções venenosas, hehe. Sendo assim, fica em "off', a título de desabafo, como tudo aqui nesse bloguin.
Marradas "venenosas", hihihi.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Canto da Escola

Ainda no "Confessions mood", gostaria de ter uma turma como a dos tempos de Machado de Assis. Só uma.
Todos os dias, ao chegar para trabalhar, penso nisso. Se as turmas fossem daquele jeito, com uma professora mais motivada que o senhor Policarpo, daria início a toda uma geração de intelectuais que poderiam mudar o mundo. Fumaças de grandeza de uma educadora mediana, pra dizer o mínimo.
Fazendo uma análise mais realista, esse trem já passou. Quer dizer, temos vários fatores a considerar aqui, e o que mais nos envolve em discussões dentro da escola é: Qual o papel do nosso aluno na sociedade dos últimos anos? Essa semana mesmo ouvi de diversas pessoas um argumento que em parte eu defendia, mas que agora acho cruel demais para ser 100% verdadeiro. O de que a Pobreza é necessária. Acho, e até falo com meus alunos, que cada um vai ter sua função na sociedade, e que os que não estivessem satisfeitos que se organizassem e lutassem. Que realmente não dá pra reclamar de seu país injusto e cruzar os braços ou ajoelhar esperando a Utopia cair do céu. Do mesmo jeito que os intelectualóides criticam a sociedade de consumo em que vivem, ao mesmo tempo em que admitem que   não abririam mão do conforto que esse arranjo lhes permite ter.
O Capitalismo se sustenta no comodismo e preguiça de quem vive nele. A coisa piorou com o Assistencialismo, que é uma forma de "Socializar" o Capitalismo, com efeitos tão ruins quanto tentar corrigir o sal numa comida colocando açúcar.
A verdade é que a Educação Pública não é, nem no tempo de Machado, nem nos tempos atuais, feita para educar. É feita para organizar. Antes, de maneira torta, era sinônimo de "status", não porque quem tinha era "bom", mas porque era sortudo de conseguir vaga. Agora, é sinônimo de "progresso", não porque quem vai está aprendendo, progredindo, mas porque sua matrícula e notas geram números, que são equivocadamente vistos como sinal de que o país está melhorando, já que seu povo estuda mais.
Ao menos no tempo de Machado tínhamos a palmatória. Hoje temos o ECA. Não me levem a mal, sou contra castigos físicos, mas a favor de punições, como uma lição importantíssima na vida de qualquer pessoa: que na vida, há que se ter consequências para tudo. Mas no país da corrupção, era de se esperar que ensinássemos às crianças o real sentido da palavra "impunidade", assinada e sancionada no seu Estatuto...

Marradas "do cacete" só pra ficar no clima, hehe...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Atacada


Uma dica, meio óbvia: quando comprar livros em sebos virtuais, verificar sempre seu pedido antes de confirmar. Acabei de receber um livro que pedi. A coleção correta (Para gostar de ler – Editora Ática), o volume errado. Chato. Esse volume eu até nem li,mas queria o outro, que já tinha lido, só por causa de um conto. Era “Teleco, o coelhinho”, de Murilo Rubião. “Ah, que bonitinho, pensou em passar pros seus alunos na Páscoa?”. Ack. Que nada. Gosto desse conto. O surreal não espanta nele. O que surpreende é a humanidade. Amo essa desconstrução da normalidade que Murilo Rubião promove nesse conto.
Aí justo nessa semana tipo “inferno astral”, onde deito fogo pelas ventas (além do meu normal, é claro, hehe), resolvem me provocar. Mas não satisfeitos, os provocadores querem que eu participe da “festa”. Desnecessário, né? Dá pra explicar: Depois de ignorarem completamente meu trabalho, subestimando a importância da “Língua Estrangeira Moderna” para o momento no país, com a Copa, as Olimpiadas e blablablá (hate that stuff), ainda inventam uma bosta de projeto comédia, que só podia ter saído da cabeça de uma Pedagoga (Desculpe gente, que vocês foram pra Faculdade que nem eu, mas né...? ) que a princípio seria uma ótima oportunidade de entrelaçar todas as disciplinas, mas que, além de anular completamente cada uma delas, o faz em detrimento do conteúdo principal! Afinal, que maluquice é essa de falar sobre a natureza, e dividir as turmas e professores orientadores por “elementos da natureza” (sic), a saber: fogo, terra, água e ar. Peraí: fogo? Como assim? E quer que eu fale sobre o “fogo que destrói” ou o “fogo que constrói”? Eu, nem um pouco sutil, tive que perguntar: “Aham, e o que tem isso a ver com minha matéria?” ao que a 'Pedabesta' responde: “Não precisa ter NADA a ver com sua disciplina! Os professores vão pensar em uma tarefa em conjunto pros alunos apresentarem no estande!”. Com um sorriso de meio metro na cara. É claro, pra ela é lindo, é fácil dizer. Professora polivalente. “I'm sorry”, tenho imenso respeito por cada uma das minhas professoras primárias, lembro de todas com carinho, aprendi a ler com elas e só por isso já as reverencio, mas é isso aí. Esse é o papel delas. Não inventar papagaiada pra dar nota pra aluno. Ah, e nem me fale disso, que já foi outra que tive que engolir. Nota pra SAERJinho e DOIS pontos pra esse projeto que não tem nada a ver com a porcaria da minha matéria!!!! Faça-me o favor: Parem essa 'joça' que eu quero descer.
O mais engraçado: não atingimos as tais metas ano passado por causa do turno mais engajado pedagogicamente da escola (matutino). Nossa meta de aprovação (turno da tarde) foi cumprida com folga, o da manhã não, resultado que nos deixou a UM ponto de receber o bônus maravilhoso de Seu Cabralzito, hehe. Tenho orgulho (!!!) de dizer que tanto o índice horroroso de 2011 quanto o índice um tanto melhor de 2012 se devem (boa parte deles) a mim, junto com Ciências e Matemática. E me orgulho principalmente porque não mascarei UMA nota sequer. Simplesmente aprendi a língua deles, e eles em troca tentaram aprender a minha. Se funciona pra todo mundo não sei. Só sei que comigo funcionou, e vou continuar fazendo isso. Mas esse ano fiquei mais satisfeita ainda de não ter ganho os salários extra. Hehe.

Marradas ácidas (agora sim)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Pano pra manga

Meu início de ano letivo estava promissor. Até a página três, como diria um amigo meu. Ainda não tinha encontrado meus colegas até essa semana, quando me dei conta de que esse ano vou ter mais trabalho com meus "gaffers/overseers" do que com meus clientes... E já estou estressadíssima com isso. Na verdade, até escrevi um post imenso pra colocar aqui, mas vou esperar até sexta, pra ver se eu "amacio" um pouco a redação, que está "tough", visceral ao extremo e em alguns pontos, "ariana" demais. Por ora, vamos relembrar uma época, digamos, mais inocente do meu "métier" (um ano de Estado, mais ou menos...), onde eu falo sobre a polêmica do garoto que jogou o estojo na professora (na novela isso dá Ibope, na real é só conversa de sala de professores...):
"O Zeca não agrada às professoras medíocres não, tá? Ele no máximo é um estereótipo, uma hipérbole, criado para chocar e induzir a pessoas medíocres, que não entendem o quão difícil é o trabalho do Pedagogo, a pensar. Pois se em uma escola estadual só tivesse professor incompetente, então nas universidades só temos alunos incompetentes, porque o processo de seleção é basicamente o mesmo: concurso. E se vocês querem saber, é uma merda passar naquele troço. Eu que passei nos dois (vestibular para universidade federal e dois concursos do magistério estadual), sei o quanto é difícil. E na escola onde eu trabalho ninguém pega aluno pra cristo não. Nos conselhos de classe todos identificamos, por unanimidade, os alunos que têm mais dificuldade, seja disciplinar ou pedagógica. E todos sabemos que a culpa não é do aluno, mas do ambiente em que ele vive (família, amigos, comunidade...). Nós tentamos, com os parcos recursos que nos são disponibilizados (e muitas vezes com nossos próprios minguados salários), minimizar essas dificuldades. O principal entrave a isso está sendo justamente quem? Os pais, digníssimos pais, que tomam a parte pelo todo, que chegam na escola no dia em que uma professora faltou por motivo de doença do filho e sai "esculachando" todos os professores, dizendo na cara da diretora que nós merecemos a miséria que recebemos, pois não gostamos de trabalhar!! Existem sim professores que, já desiludidos pelos anos de "esculacho" com a classe e desencantados com a perspectiva de nadar e morrer na praia, partidários do "uma andorinha só não faz verão", que literalmente "cagam" pro serviço que prestam, e já sem o "tesão" pela profissão dão aulas completamente burocráticas. Mas, mesmo que estes não sejam minoria, estão se aposentando, e aos poucos o Ensino Público vai se renovando. O processo de deterioração do ensino foi longo, mais de 30 anos nós estamos nesse lodaçal. E os pais também foram se entregando, se anestesiando e se acostumando a pôr a culpa de tudo no Governo. Por extensão, colocam a responsabilidade pela "educação" dos filhos nos professores. Aqui é todo mundo bastante inteligente pra saber que educação é uma coisa e "Educação" (com inicial maiúscula) é outra, esta claro sendo nossa responsabilidade. Tenho plena confiança no meu "taco", sem me gabar, sei que sou competente, pois aprendi em uma ótima instituição acadêmica e tive ótimas experiências. Continuo tendo. Tenho plena consciência de que a cada dia estou aprendendo ao ensinar e a ensinar. Não sou perfeita, mas tento fazer o meu melhor e busco diariamente formas novas de abordar meus alunos. Não é papo furado, é a mais pura expressão da verdade. Amo ensinar, tenho 12 anos de profissão e sei que posso não ser a melhor, nem a mais querida das professoras, mas tenho certeza de que sou uma das mais esforçadas, e tenho mais certeza ainda de que não mereço ESTOJADA na cara. Até porque, antes de mais nada, sou gente." (Publicado em 01/03/2009 - Nuts)

Aqui, pra entender e pegar o fio da meada)

Marradas com açúcar e com afeto, que daqui a pouco venho com chumbo grosso


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ainda de Lawrence

Esqueci do pequeno detalhe na divulgação desse blog: ele vai para o Twitter, e tenho um Twiterfeed no Facebook... bummer. Bom, azar. Quem se revoltar com minha "gororoba" digital e não voltar mais vai perder a sobremesa show de bola. Povo besta e sem paciência.
Como eu ia dizendo naquele outro post, tivemos nossos benefícios. Em nenhum momento disse que essa viagem foi perdida. Só queria que tivesse sido mais de acordo com o que pensávamos!
Para citar uma coisa boa: materiais. De fotos a lembrancinhas, passando por cupons e folhetos dos lugares que visitamos, tudo super bem feito, e que serve como base (o nosso "content") para aulas mais dinâmicas e realistas. Hoje mesmo já usei algumas fotos para "conquistar" uma turma difícil, que não se conformava em não estudar com uma outra professora e ameaçava se "amotinar"... em cinquenta minutos, apaixonaram-se pela "Jayhawk Baixadeira", hehehe... é claro que isso foi no curso de línguas; ainda não sei qual vai ser a reação na escola pública mesmo, principalmente depois de um mês sem dar as caras, já que nos deram os dias de férias que passamos fora. É bem capaz de me ignorarem ou perguntarem: "ah, professora, porque você não ficou por lá? Tava tão bom sair mais cedo/entrar mais tarde/ficar de bobeira no pátio!!!"
Outra coisa boa: por mais que o curso em si tenha sido um fiasco, a experiência de estar em outro país, com pessoas falando naturalmente o inglês bem à sua volta é singular. E testar seu nível de interação com um falante nativo é uma massagem no ego, a depender do quanto o seu interlocutor vai te compreender. Sim, é relativamente fácil para brasileiros entenderem um americano "culto", mesmo que seu nível não esteja muito bom. Difícil mesmo é se fazer entender, por melhor pronúncia que tenhamos, simplesmente porque a questão não é a pronúncia. Mas isso não é assunto pra hoje. Nem pra cá, meus queridos... se querem saber mais, inscrevam-se no programa e vão lá descobrir, ora!!
A experiência foi mesmo bastante interessante, do ponto de vista, digamos, "antropológico". Mas foi sofrida pra dedéu. Ainda estamos colhendo os frutos amargos dessa aventura meio louca. Pelo menos foi um pouco mais proveitosa que a última empreitada à la "Big Brother" que tentei. É, pode falar, sou meio pirada mesmo...

Marradas "Pattern B" (Essa é piada interna. Valeu gente!!!)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Retrospectiva Lawrence

"People", mil desculpas por ter deixado de postar sobre a viagem. Bom, pra resumir tudo, a viagem foi super tumultuada, fiquei ocupada com os trabalhos e... bem, preciso resumir pra vocês de algum jeito, então vamos lá.
Primeiramente, quero deixar bem claro que isso aqui é meu "women's cave", e parto da premissa que nessa bagaça quem manda sou eu e as opiniões expressas aqui são sim de inteira responsabilidade MINHA, e é exatamente por isso que certas coisas aqui nunca irão para o Facebook por exemplo, ou para o blog de crônicas.
Dito isso, e vocês irão entender o porque disso em um segundo (ou minuto, dependendo do quão lentos vocês são, huahuahua), passo a descrever o que foi esse treinamento. Basicamente, um truque político muito bem arquitetado para mostrar que nosso governo está muito preocupado com a Educação Pública no país. Estão tão preocupados que mandaram professores altamente qualificados (fizemos um teste de proficiência, tá? E fomos muito bem!!) estudar nos Estados Unidos, mas estudar o quê? Pronúncia, redação e cultura dos Estados Unidos, mais precisamente do meio-oeste dele. Hum.
Preciso dizer: estou falando por mim, e por meu grupo, pois tirando uma meia dúzia de seis ou sete, nos sentimos inferiorizados com a situação. Mas tenho certeza que a maioria vai preferir calar, ou porque são muito polidos (sou da pedra lascada, então, "bite me"), ou porque os benefícios extra compensaram. É claro que os benefícios existiram, e vou falar deles muito em breve, mas não antes de deixar as coisas bem claras: poderíamos ter ido muito melhor. E não é só papo de inconformista não. Faltou, no mínimo, boa fé dos nossos caros “yankees”, ao não nos tratar como bons profissionais em busca de aperfeiçoamento que somos. Sobrou “underestimation” e inferiorização no planejamento e execução de algumas atividades. A nossa sorte foi que tivemos alguns professores sensíveis as nossas questões e que prontamente nos ajudaram, como puderam, a fazer o que realmente fomos lá para fazer: aprender a ensinar cada vez melhor uma segunda língua. (Thank you, Dawn and Tracy!!!).
Não quero desanimar ninguém, esse é um ótimo plano, principalmente se pensarmos no que foi gasto em nosso "benefício", esse entre aspas porque na prática vimos muito pouco do montante que (descobrimos) foi reservado para essa "superprodução". É claro que a infra estrutura era excelente, apesar do lugar ser quase inóspito, e que os materiais, livros e as "field trips" sem dúvida custaram um bocado. Mas, enfim... Aos próximos bolsistas que me perguntarem, direi cobras e lagartos, mas direi também que fomos os pioneiros, que eles vão tentar melhorar nas próximas, tal e coisa... mas tenho a impressão que não vai adiantar muito. Os que ainda acham que tudo o que vem dos Estados Unidos é perfeito vão me olhar como se eu fosse uma alien, mas só eu saberei que eles também irão se tornar aliens também, só que menos conscientes.
Marradas com conteúdo (content-based?)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Estou no Kansas!!

Por pior que seja o emprego, sempre tem suas compensações. Se não tiver, é melhor desistir e virar camelô, rs. O meu é mais ou menos assim. Não pelo trabalho em si, mas pela instituição para a qual trabalho. Amo dar aula, mas às vezes é difícil trabalhar quando se tem certos limites, que estão lá para controlar e atrapalhar, não para ajudar ou educar. Mas a compensação veio na forma de uma bolsa oferecida pela CAPES e Fundação Fulbright para professores da Rede Pública de ensino, para estudar durante seis semanas em uma universidade americana. Digo com toda sinceridade: apesar de ser professora de inglês, nunca tive paixão pelos Estados Unidos. Amo estudar a cultura dos países, mas meu sonho era (ainda é) o Canadá. Mas uma chance dessas só louco não aproveita, afinal, era pra estudar, de graça, em uma instituição valorizada principalmente pela qualidade. Superando minhas inseguranças, meu medo de parecer "fabricada", ou de ter meu valor pelo que batalhei até agora apagado por essa pequena experiência no exterior, fui lá e fiz o processo de seleção.
Resumo da ópera, passei, fiz todos os procedimentos, inclusive uma via-crucis para tirar meu passaporte a tempo de mandar a imagem um mês antes (não sei porque a pressa, mas enfim...). Lá fui eu. Ou melhor, cá estou eu, em Lawrence, Kansas.
Universidade do Kansas.
Muito bonita. A cidade é pequena, linda, ótimo centro. O campus é enooooooorme, tem ótimos recursos, laboratórios, bibliotecas e todo o tipo de coisas que se pode ter em uma universidade. Estamos em um hotel, e todos os custos estão sendo financiados pelas instituições que mencionei, e a IIE, uma instituição nos EUA que trabalha com intercãmbio estudantil. Tudo muito bem cuidado, todos os detalhes são minuciosamente pensados, e desde o início tenho falado que estou me sentido "levada no colo", pois desde o primeiro instante em que assinamos o termo de consentimento, tudo nos foi providenciado.
Enfim, as coisas estão meio corridas, mas até o fim da semana publico um resumo diário do que aconteceu por aqui.
Marradas em inglês, pois estou em imersão!!! Rs.