sexta-feira, 12 de abril de 2013

Canto da Escola

Ainda no "Confessions mood", gostaria de ter uma turma como a dos tempos de Machado de Assis. Só uma.
Todos os dias, ao chegar para trabalhar, penso nisso. Se as turmas fossem daquele jeito, com uma professora mais motivada que o senhor Policarpo, daria início a toda uma geração de intelectuais que poderiam mudar o mundo. Fumaças de grandeza de uma educadora mediana, pra dizer o mínimo.
Fazendo uma análise mais realista, esse trem já passou. Quer dizer, temos vários fatores a considerar aqui, e o que mais nos envolve em discussões dentro da escola é: Qual o papel do nosso aluno na sociedade dos últimos anos? Essa semana mesmo ouvi de diversas pessoas um argumento que em parte eu defendia, mas que agora acho cruel demais para ser 100% verdadeiro. O de que a Pobreza é necessária. Acho, e até falo com meus alunos, que cada um vai ter sua função na sociedade, e que os que não estivessem satisfeitos que se organizassem e lutassem. Que realmente não dá pra reclamar de seu país injusto e cruzar os braços ou ajoelhar esperando a Utopia cair do céu. Do mesmo jeito que os intelectualóides criticam a sociedade de consumo em que vivem, ao mesmo tempo em que admitem que   não abririam mão do conforto que esse arranjo lhes permite ter.
O Capitalismo se sustenta no comodismo e preguiça de quem vive nele. A coisa piorou com o Assistencialismo, que é uma forma de "Socializar" o Capitalismo, com efeitos tão ruins quanto tentar corrigir o sal numa comida colocando açúcar.
A verdade é que a Educação Pública não é, nem no tempo de Machado, nem nos tempos atuais, feita para educar. É feita para organizar. Antes, de maneira torta, era sinônimo de "status", não porque quem tinha era "bom", mas porque era sortudo de conseguir vaga. Agora, é sinônimo de "progresso", não porque quem vai está aprendendo, progredindo, mas porque sua matrícula e notas geram números, que são equivocadamente vistos como sinal de que o país está melhorando, já que seu povo estuda mais.
Ao menos no tempo de Machado tínhamos a palmatória. Hoje temos o ECA. Não me levem a mal, sou contra castigos físicos, mas a favor de punições, como uma lição importantíssima na vida de qualquer pessoa: que na vida, há que se ter consequências para tudo. Mas no país da corrupção, era de se esperar que ensinássemos às crianças o real sentido da palavra "impunidade", assinada e sancionada no seu Estatuto...

Marradas "do cacete" só pra ficar no clima, hehe...