quinta-feira, 16 de junho de 2016

Escola x Partido

Depois de longos quase 2 anos, estou de volta. Estou com novos planos, novas ideias, pelo menos até minha sanha ariana fogo de palha permitir... mas vamos lá. Estou recomeçando, por ora.
Alguns assuntos não me saem da cabeça; uns darão crônicas, que irão para o NUTS CHRONICLE, outros serão polêmicas e querelas filosóficas com as quais pretendo encher este bloguinho aqui. Mas estou bastante empolgada em começar um novo projeto. Quer dizer, reeditar uma página no Facebook que também tem blog, mas que dependendo da recepção será apagada para que eu me concentre somente na página: o Teacher Aline
Então tá, vamos ver...uma coisa de cada vez. Deixa eu contar uma coisa pra vocês. Há uns dois anos e pouco, quase três, escrevi sobre o quanto é chato (pra não dizer enervante) trabalhar conteúdos em sala quando se enfrenta a barreira da Religião. Não me entendam mal. Religião serve pra muitas coisas, mas em sala de aula, ela atrapalha sim. Sejamos racionais: em um momento onde você está aprendendo a pensar, qual a utilidade de um assunto em que a única coisa que não se faz é pensar? De novo, não me entendam mal. Religião é sobre algo espiritual, subjetivo e transcendental. Não foi feito pra ser racional? Como explicar o amor de Deus? Como explicar os passes mediúnicos? Não quero entrar nesse mérito. É só voltar lá no meu post e verá porquê não dá pra fazer. Eu pelo menos não consigo.
Por que requentar isso agora? Porque esse assunto tá rendendo uma nova discussão, dessa vez sobre a suposta "doutrinação" dos alunos em sala. Existe um projeto, chamado ESCOLA SEM PARTIDO, em cuja página busquei as informações que pretendo debater aqui. Uma a uma, pois são várias, e todas bastante generalistas e tendenciosas, por sinal. Cito suas bandeiras: "pela descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas, pelo respeito à integridade intelectual e moral dos estudantes, pelo respeito ao direito dos pais de dar aos seus filhos a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções". Além disso, eles "lutam" por "apoiar iniciativas de estudantes e pais destinadas a combater a doutrinação ideológica, seja qual for a sua coloração (sic); orientar o comportamento de estudantes e pais quanto à melhor maneira de enfrentar o problema; oferecer à comunidade escolar e ao público em geral análises críticas de bibliografias, livros didáticos e conteúdos programáticos; promover o debate e ampliar o nível de conhecimento do público sobre o tema “doutrinação ideológica”, mediante a divulgação de atos normativos, códigos de ética, pareceres, estudos científicos, artigos e links dedicados ao assunto".
Pausa. É tanta coisa que "buga" o cérebro de qualquer vivente, né? Pois é. Na apresentação do site, eles pedem; "Se você sente que seus professores ou os professores dos seus filhos estão comprometidos com uma visão unilateral, preconceituosa ou tendenciosa das questões políticas e sociais; se percebe que outros enfoques são por eles desqualificados ou ridicularizados e que suas atitudes, em sala de aula, propiciam a formação uma atmosfera de intimidação incompatível com a busca do conhecimento; se observa que estão engajados na execução de um projeto de engenharia social, que supõe a implementação de uma nova escala de valores, envie-nos uma mensagem relatando sua experiência (acompanhada, se possível, de elementos que possam comprová-la)".
Vou resumir em uma frase, bem óbvia: DEBATER E DISCUTIR UMA QUESTÃO, SEJA ELA QUAL FOR, NÃO CONFIGURA VISÃO UNILATERAL OU PRECONCEITUOSA DESSAS QUESTÕES. Os desdobramentos desse projeto culminarão com a extinção da Educação como ferramenta de crescimento intelectual. Anotem isso que eu digo. Assim que der vou pontuando os porquês por aqui. Mas acho que quem é professor já vai entender. O próximo passo, para nós, e sistematizar isso de forma que as pessoas entendam e não comprem essa ideia ESTÚRDIA.
Enfim, por enquanto é isso. Até o fim de semana postarei a continuação desse assunto, e outras coisinhas. Té mais.
Marradas bilaterais